Meu pai é um fantasma!
O dia dos pais está chegando, filhos preocupam-se com as lembrancinhas e presentes. Meu filho fica triste cada vez que passa na TV algo relacionado a esta comemoração.
Fui casada por sete anos e quando meu filho tinha cinco, me separei. Durante um tempo meu ex-marido manteve um bom relacionamento com o garoto, mas agora simplesmente desapareceu. Meu filho tem quatorze anos e sente imensamente a falta do pai.
Não existe ex-pai! Por que tantos pais abandonam seus filhos após o divórcio? Será que é impossível conciliar a vida de ex-casado e a paternidade?
O artigo 227 da Constituição Federal trata dos deveres da família e a atribui, ao Estado e a sociedade, o dever de assegurar a criança e ao adolescente os seus direitos. Embasados neste e em outros artigos, filhos têm procurado a justiça para assegurar seu direito à convivência com pais que os abandonaram afetivamente. As penalidades variam, uma delas é o pagamento de indenização em dinheiro. Mas, dinheiro compra afeto? Compra convivência? Experiências que o filho só poderia ter com o pai?
E um pai o quanto perde ao abrir mão desta relação tão particular e especial!
Falta amor, falta pensar o quanto sofre um jovem que se sente rejeitado, abandonado. Um pai não precisa morar com os filhos, ou mesmo vê-los todos os dias, o afeto pode ser sentido a qualquer distância e em qualquer lugar, há muitas formas de demonstrar seu amor. O importante é querer demonstrar atenção e os filhos se sentirão acolhidos e amados.
Meu filho me disse esta semana que seu pai é um fantasma, é só alguém que ele gostaria de esquecer. Provavelmente ele quer esquecer o pai para esquecer o que sente quando se lembra dele, mas acredito que mesmo experiências negativas podem ser aproveitadas na vida como aprendizado, meu filho está aprendendo a ser forte e a contar com outros afetos.
Dia 14 de agosto é dia dos pais, é dia de homenagear esta figura tão significativa, um dia para os pais refletirem sobre a relação que tem com seus filhos.
Simone Fiorito / Indaiatuba 2011
